terça-feira, 5 de junho de 2012

Depressão aumenta com as tensões da vida moderna


Por causa das tensões cotidianas, o stress, o corre-corre em busca de melhores salários, o cansaço na condução, o trânsito, a ausência de repouso e outros fatores da vida moderna, aumenta a cada dia no País, o número de pessoas com problemas de depressão. E em campos a situação não é diferente. Segundo o psiquiatra José Danilo Rangel, em cada cinco pessoas, uma é deprimida

Ele afirma que a depressão é um mal que hoje atinge grande parte da população brasileira, e que em muitos casos é a grande causadora de inúmeras doenças psicossomáticas. “Ela se caracteriza por um humor básico deprimido. O individuo fica angustiado, melancólico, perde o interesse pelas coisas, pela vida, muitas vezes em questões ligadas a parentes, filhos e trabalho. Coisas que ele gostava passa a desdenhar, assumindo um comportamento deprimido, com o pensamento diminuído, fica mais lentificado e com vontade de se isolar”, explica o psiquiatra.

Danilo Rangel acredita que atualmente a depressão é a doença do século. E um assunto segundo ele, que vem sendo discutido pela Organização Mundial de Saúde e pela Associação Brasileira de Psiquiatria. “Chegamos à conclusão que é muito difícil em um grupo de pessoas, por menor que seja uma delas não ter tido depressão ou a estar vivenciando no momento. Isso quer dizer não só em termos estatísticos, mas em vista das transformações de nossa época, que a depressão pode ser considerada realmente a doença do século”.

A luta diária e a busca da melhoria de condições de vida são as causas principais da depressão. O indivíduo já começa a competir quando sai de casa, já sai preocupado com as despesas, quando entra no carro já leva uma buzinada no ouvido, enfim são fatores estressantes que causam esgotamento psíquico e que podem levar a depressão. Não existe uma faixa etária definida para o problema. No caso das psicoses depressivas, geralmente as primeiras crises e os primeiros episódios, começam na adolescência e acompanham o indivíduo por toda sua vida.


DEPRESSÕES – As depressões se apresentam de várias maneiras: existem as adquiridas, endógenas, intrapsíquica, neuróticas, reativas, existenciais, circunstanciais e a própria depressão vinda do stress. São depressões que variam da maneira em que incidem nos pacientes. Nos casos das depressões profundas em que o indivíduo se sente perdido, não vê maneiras de sair daquilo, a depressão age com violência podendo levar o indivíduo ao suicídio. Nessa hora, diz o psiquiatra Danilo Rangel, a auto-estima da pessoa está praticamente à zero, e ela entende que a única maneira de acabar com o sofrimento é acabando com a vida. Para ela não existe luz no fim do túnel.

Há casos em que a prática do suicídio acontece com indivíduos acometidos de depressão esquizofrênica, ou seja, ele está com seu juízo de realidade alterado. Por isso, é importante, na opinião do psiquiatra, a pessoa que apresenta problemas desse tipo procurar logo um médico para fazer, além do tratamento medicamentoso, uma psicoterapia. O tratamento leva a pessoa entender mais o seu problema e superá-lo. Nesse caso de depressão, a incidência do homem e da mulher é a mesma.

-As depressões têm uma gama variada de situações e de maneira que incide no individuo. Uma depressão neurótica, por exemplo, pode atingir duas pessoas de maneira totalmente diferente. “A sintomatologia leva a entender que é uma depressão neurótica, mas a reação é muito própria. Existem tratamentos dentro da psicanálise que tentam curar depressões mais profundas apenas pela análise do indivíduo, o que em minha opinião é um erro grave, porque nas depressões mais profundas é necessário que haja um acompanhamento medicamentoso para que se processe uma alteração intrapsíquica no individuo a nível neuronal. Em outras palavras, há uma produção de enzima em excesso, causando este fato depressivo. Então o tratamento para as depressões mais graves deve ser associado a uma psicoterapia no individuo junto com os medicamentos. Assim o sucesso garantido é mais rápido.

Apesar de ser um problema que para muitos parece não ter solução, existe cura para a depressão, garante o médico José Danilo Rangel. A cura é mais fácil nos indivíduos que tenham episódios depressivos, que não voltam a repetir. Existem pessoas que tratando a depressão de maneira correta, conseguem aumentar os espaços entre episódios. Nos casos mais graves, em que a depressão é uma constante, o tratamento é mais longo, para que o paciente consiga pelo menos a nível social levar ma vida normal

Durante o tratamento, lembra o médico, é preciso que as pessoas com depressão entendam o seu problema, o motivo, a causa e o fator desencadeante da depressão. Na medida em que o individuo conheça a causa de seu problema a cura se torna mais fácil.



Outros sintomas da depressão:


· Falta de vontade de realizar uma determinada tarefa que progressivamente se alastra ou pode alastrar a muitas outras atividades.

· Perda de vontade de fazer seja o que for. Desiste da vida e de lutar por ela e pelas coisas.


· Vontade de ficar só. Afasta-se de tudo e todos.

· Não querer ouvir barulhos ou querer musica ou barulhos em altos berros (pois é uma forma de se alhear e afastar do que se passa à sua volta).

· Abusar de medicamentos, álcool ou drogas.(Costumam ser meios para se afastar e alhear do que se passa à sua volta).

· Medo de executar determinada tarefa; ou medo do que possa acontecer se falhar. Vive obcecada com a sua incapacidade ou com o que possa acontecer a outrem se ela falhar.


· Dores de cabeça, uma grande tensão ou desconforto a nível das costas, ombros ou cabeça ou pode mesmo ter dores ou desconfortos a nível lombar ou cintura.

· Não se sente bem em lado nenhum.

· Sente-se triste e abatida sem conseguir encontrar algo que a anime ou que lhe consiga despertar interesse.

· Tem maus resultados escolares, incapacidade de se concentrar ou irrita-se facilmente.

· Desleixa-se com o vestir ou com a sua apresentação. Isso deixou de lhe interessar.

Por Márcia Lemos

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