quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Em noite inesquecível, Câmara homenageia campistas ilustres no Dia Nacional da Cultura



Foi uma noite emocionante para quem aprecia arte e cultura, na noite de quarta-feira (06), na Câmara Municipal, quando artistas e personalidades campistas com serviços prestados a área musical e acadêmica foram homenageadas com a entrega da Ordem do Mérito Wilson Batista e a Ordem do Mérito José Cândido de Carvalho.
A sessão plenária começou com a concessão das honrarias a Zezé Motta e Aluizio Machado, presentes à sessão solene. Roberto Ribeiro, Jurandir da Mangueira, Sebastião Motta e José Ramos foram também homenageados (in memoriam), representados por familiares. Ao receber a homenagem ao pai, o cantor Alex Ribeiro falou do interprete de Estrela de Madureira e Todo Menino é Um Rei.
“A homenagem a meu pai é por demais merecida. Ele morava no Rio, mas amava a cidade em que nasceu. Falava sempre em Campos e Sempre que podia vinha para cá rever seus amigos”, disse, lembrando que Roberto foi um dos fundadores da escola de samba Amigos da Farra. Outro homenageado foi o sambista Geraldo Gamboa.
Sebastião Motta teve a representá-lo seus filhos e netos. Só para que vocês tenham idéia de quem era Sebasitão Motta, a colunista social Angela Bastos dizia que ele era uma grande figura e que quando morresse tinha que ser homenageado com nome de rua, etc. Ele falou o seguinte:
- Ângela, eu prefiro ser nome de uma noite ou de um bar – foi a resposta do sambista boêmio, autor de “Fechei a Porta” e inúmeras marchinhas de carnaval que arrebataram multidões nos anos 50/60.
Zezé Motta preferiu logo reforçar sua identidade. “Quando alguém me pergunta se sou carioca, talvez por ter chegado ao Rio ainda pequena, digo logo que sou de Campos, a Campos dos Goytacazes e dos canaviais”, disse a atriz e cantora, ao reiterar vínculos com com a terra natal, ao ser homenageada pela Câmara de Vereadores, com a Ordem do Mérito Wilson Batista, no ano do centenário do compositor, comenda criada este ano pelo Legislativo. Sobre o paradoxo de se declarar campista tendo nascido em Barcelos (que pertence a São João da Barra), a atriz admite, sim, ter dado à luz na divisa entre os territórios campistas e sanjoanenses. “Mas nasci do lado de cá da linha do trem, então sou campista. Fui registrada em Campos, São João da Barra que me perdoe”.
A Câmara também homenageou outros agraciados com a Ordem do Mérito José Cândido de Carvalho, entregue aos professores e acadêmicos Arlete Sendra, Alano Barcelos (in memorian) e Joel Mello, além do Grupo Boa Noite Amor.
Cantora e atriz das mais premiadas do cinema brasileiro, Zezé dedicou a honraria ao pai. “Foi ele que me incentivou a cantar”, justifica. “Minha mãezinha viria aqui hoje, mas amanheceu com uma virose e ficou ausente”, conta.
Zezé Mota começou sua carreira como atriz em 1967, estrelando a peça “Roda-viva”, de Chico Buarque, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa. Atuou, a seguir, em “Fígaro, Fígaro”, “Arena conta Zumbi”, “A vida escrachada de Joana Martine e Baby Stompanato”, em 1969, “Orfeu negro”, em 1972, e “Godspell”, em 1974, entre outras. Participou dos filmes “A rainha diaba”, “Vai trabalhar vagabundo”, “A força de Xangô” e “Xica da Silva”, filme que a consagrou internacionalmente e pelo qual recebeu vários prêmios. Como cantora, emplacou sucessos como o clássico Senhora Liberdade (Wilson Moreira/Nei Lopes) e Dores de Amores (Luiz Melodia).
Ao entregar a comenda a Zezé, o presidente da Câmara, Edson Batista (PTB), enfatizou. “A Câmara tem três pilares principais nesta nossa gestão: participação popular, transparência e o resgate de nossa identidade cultura, valorizando os que elevam o nome de Campos pelo país e o mundo afora”, explicou.
Edson Batista confirmou que em 2014, ano do centenário de José Cândido de Carvalho, o imortal escritor campista será também devidamente homenageado com a mesma pompa e circunstância. “No ano do centenário de José Cândido, a Câmara irá prestar também um tributo à altura desse campista ilustre. Inclusive o prêmio literário Múcio da Paixão será em sua homenagem”, acentuou.
Além de Zezé, outro artista homenageado nascido na planície goitacá, de projeção nacional, o compositor Aluizio Machado traduziu metaforicamente o que para ele representou a homenagem. “Fico feliz com esse reconhecimento, sobretudo por ser em vida. Depois que a gente morre, viramos abstração”, filosofou.
Aluizio é um dos mais renomados autores de sambas-enredo do país. Em 1982, emplacou ao lado de Beto Sem Braço, um dos grandes clássicos do carnaval brasileiro, o enredo Bum, bum paticumbum prugurundum, algo diferente, um extraordinário achado no desfile daquele ano. Compôs inúmeros outros sambas que se tornaram sucesso nas vozes de Alcione, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz.
Letrista extremamente talentoso, Délcio Carvalho, autor de clássicos como “Sonho Meu” e “Acreditar”, entre outros, capaz de achados poéticos que levam muitos críticos da MPB a considerá-lo espécie de um novo Cartola, foi outro homenageado da noite. O poeta não pode comparecer em razão de uma cirurgia no estômago. Foi representado pelo jornalista Chico de Aguiar.

Ao final da sessão solene, a cantoria num sarau inesquecível, no foyer da Câmara, onde Zezé Motta, Geraldo Gamboa, Helena Rangel, Jardel do Cavaco, Renato Arpoador brindaram os presentes com clássicos de Wilson Batista e sambas de outros homenageados. Zezé, inclusive, cantou um de seus grandes sucessos, o clássico “Senhora Liberdade”, ao lado de Gamboa.















ASCOM/CMCG
FOTOS: MÁRCIA LEMOS

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