terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Estado seleciona 2.447 professores temporários

Concurso vai suprir a necessidade da rede, em                            função das licenças médicas concedidas.                       Secretaria informa que são cerca de seis mil                          afastamentos por mês

CHRISTINA NASCIMENTO E STEPHANIE TONDO

Rio - Mesmo com três concursos em andamento — de 2009, 2011 e 2013 —, 
o governo do estado abriu processo seletivo simplificado para contratar 
até 2.447 professores temporários. O edital foi publicado no Diário Oficial 
de ontem, mesmo dia em que começaram as aulas nas escolas da rede.
A Secretaria Estadual de Educação alega que trata-se apenas de garantia 
para casos emergenciais, já que o número de licenças é alto na categoria:
 seis mil por mês, cerca de 200 por dia. Não haverá prova no concurso.
 O salário é de R$ 16,90 por cada hora de aula, sem benefícios.
O processo, em etapa única, consiste na avaliação de títulos e experiência.
 São até 100 vagas para os anos inicias do Ensino Fundamental. Outras 
2.347 para os anos finais dos ensinos Fundamental, Médio e Profissional,
 sendo 1.347 com carga horária de 16 horas e mil para 30 horas.As 
vagas são para todas as 92 cidades do estado. Atualmente, existem 
1.700 docentes temporários na secretaria, o que representa 3,5% dos
 professores da rede.
Segundo a secretaria, desde 2007 já entraram 54 mil professores concursados na rede estad
As inscrições podem ser feitas no site www.rj.gov.br/web/seeduc 
Lá, o interessado deve preencher uma ficha onde vai indicar o tipo 
de vaga, o município, a disciplina e a regional a que deseja concorrer,
 além de informar dados do currículo.
Após esta etapa, o candidato deve comparecer a uma Coordenação 
de Gestão de Pessoas da Regional ou a um Polo de Inspeção Escolar
 com o comprovante de inscrição e os documentos que atestam as 
informações dadas no site. O professor poderá optar por concorrer 
ao regime de cota — negro, índio ou portador de deficiência.
Para lecionar nos anos iniciais do Ensino Fundamental é 
necessário ter licenciatura em Pedagogia ou curso do Ensino
 Médio Normal. Para dar aula nas séries finais dos ensinos 
Fundamental, Médio e Profissional , o candidato deve ter 
licenciatura plena na disciplina a que vai concorrer. Já 
para regência de turmas de Educação Profissional de
 Nível Técnico, é necessário possuir licenciatura ou 
curso superior com complementação pedagógica na área 
de atuação.
A validade do concurso é de um ano, podendo ser prorrogado
 pelo mesmo período. Segundo a Secretaria de Educação, 
os aprovados em um dos três concursos em andamento 
podem participar da seleção. “As convocações estão ocorrendo.
 Os temporários são para onde não se consegue suprir a licença. 
Já entraram, desde 2007, 54 mil professores concursados 
na rede estadual”, afirmou a secretaria, em nota.

Sindicato alega que alto número de afastamentos é causado 
por estresse

Coordenadora do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe), 
Marta Moraes afirmou que há uma carência crônica de professores
 na rede. “O estado sempre faz concursos com vagas aquém da 
necessidade e nunca chama todos os aprovados”, argumenta. 
Para ela, o salário baixo é outro fator que influencia o alto índice 
de evasão desses profissionais.
O ideal, segundo Marta, seria convocar os candidatos classificados 
nas seleções anteriores. “O problema dos temporários é que fere 
a continuidade do trabalho, o que na Educação é muito importante”, 
avalia.
Com relação à justificativa da secretaria de que os temporários seriam 
contratados para substituir professores de licença, a sindicalista alega 
que esse fato é causado pelas más condições de trabalho. “Há muitas 
pessoas pedindo licença médica por problemas psicológicos e emocionais,
além do desgaste do dia-a-dia”, diz.
De acordo com o advogado Sérgio Camargo, os aprovados em
 concursos anteriores podem recorrer à Justiça para serem 
contratados antes dos temporários. “A jurisprudência tem se
 encaminhado nesse sentido”, conta ele, afirmando que as 
áreas de Saúde e Educação são as que mais terceirizam no país.



FONTE: O DIA




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