segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Ministério Público quer Exército na segurança das eleições no estado do Rio

Com o aumento das denúncias de que traficantes e milicianos estariam proibindo campanhas eleitorais em favelas, o Ministério Público Eleitoral (MPE) já defende a presença das Forças Armadas para garantir a segurança das eleições no estado do Rio. A Polícia Militar, sozinha, não daria conta da tarefa, de acordo com Paulo Roberto Bérenger, procurador regional eleitoral. Segundo ele, “as atuais condições das polícias abrem margem para a convocação do Exército”. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decide na próxima segunda se pede o apoio dos militares para o pleito. “Militares seriam importantes nesse processo, mas esse apoio não pode ser banalizado”, declarou Bérenger, em discurso feito no último dia 12 para oficiais do Exército, no Comando Militar do Leste. Ontem (22), em entrevista ao ‘Estadão’, Bérenger disse que “somente a Força do Estado do Rio não assegura a paz do processo eleitoral”.
Na sessão da próxima segunda-feira (25) do TRE, o desembargador eleitoral Fábio Uchôa apresentará um relatório sobre supostos “currais eleitorais” feito em conjunto com a Secretaria de Segurança. Segundo o secretário José Mariano Beltrame, associações de moradores de favelas espalham rumores falsos para vetar candidatos que não tenham acordo com o tráfico ou com a milícia. Há, inclusive, a cobrança de taxas para propaganda. Candidatos a deputado estadual e até o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) já tiveram problemas e denunciaram ameaças, inclusive em áreas de UPP. Na última terça, policiais da UPP Camarista Méier foram alvo de tiros de criminosos quando foram checar denúncias de que placas de propaganda do PMDB que tinham referência a Pezão estavam sendo pintadas de preto. Na quinta, ele disse que a milícia e o tráfico têm “reagido” à sua candidatura.
Há cerca de quinze dias, materiais de campanha de Cidinha Campos (PDT), deputada estadual candidata à reeleição, foram destruídos um dia após serem colocados próximo às favelas da Guarda e da Águia de Ouro, em Del Castilho. “Meninos da minha campanha foram ameaçados de morte ao tentar fotografar os destroços. Milicianos disseram que aquela área estava vendida”, lembrou a deputada.  Na ocasião, seus apoiadores receberam um papel da Associação de Moradores União de Del Castilho, com a lista dos eleitores por comunidade. “Eles fazem pressão pelo voto, e depois vão cobrar. É de uma violência sem tamanho”. A 44ªDP (Inhaúma) abriu inquérito.
Fonte: O Dia

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