terça-feira, 31 de maio de 2016

“Oposição não trará benefícios”


Aluysio Abreu Barbosa
Foto: Folha da Manhã 
Dos 10 pré-candidatos governistas à sucessão da prefeita Rosinha Garotinho (PR), ele foi o último a entrar na disputa. E, curiosamente, foi o primeiro a compor a chapa majoritária com a então candidata, em 2008, antes de assumir sua secretaria de Saúde no primeiro governo. Embora admita queda na pasta durante a segunda administração rosácea, da qual foi líder na Câmara Municipal, Paulo Hirano (PR) acha que a Saúde goitacá continua melhor do que em outras cidades. Ao identificar uma oposição “órfã” de Cabral e Pezão, ele não fechou portas aos “independentes”.
Último pré-candidato governista – Na verdade, fazemos parte de um grupo político que tem vários pré-candidatos altamente qualificados. O cenário político é muito dinâmico. A importância é ter sempre à disposição pessoas capazes de carregar as ideias e a filosofia do grupo. Essas pessoas vão sendo evidenciadas, conforme a necessidade do momento político. A minha participação no grupo vem desde 2008, quando era candidato a vice-prefeito e acabei não podendo participar do pleito majoritário, na chapa com Rosinha (PR), porque houve uma intervenção do DEM, fazendo com que tivéssemos que lançar o Chicão (PR). Mas tive uma participação muito grande na campanha, participando do governo desde o primeiro dia, como secretário de Saúde. Em 2012, fui eleito vereador, como quinto mais votado, e fui líder de governo entre 2013 e 2015.
Prévias – Estão organizadas, mas estamos aguardando a posição da Justiça Eleitoral, que enviou um documento obrigando o NOS (Núcleo de Organização Social) de se abster de fazer o cadastro e realizar as prévias eleitorais que definiriam democraticamente o nosso candidato. Foi feito um recurso junto ao TRE, para ver qual é a justificativa. Os presidentes dos 12 partidos reunidos da Frente Popular Progressista contavam com as prévias.
Governo Rosinha – O governo Rosinha evoluiu muito a cidade como um todo, porque atuou em todas as áreas. Em infraestrutura urbana, por exemplo, foram feitos mais de 170 km de rede de esgoto na nossa cidade. Temos 80% do esgoto coletado e, destes, 100% são tratados. Outro grande passo foram os Bairros Legais. São 16, levando asfaltamento, acessibilidade, água e esgoto a bairros que não contavam com nada disso. Outro de nossos projetos mais importantes foi o “Morar Feliz”. Nenhum município do país tem um programa como esse, só com recursos próprios. Foram 6,7 mil unidades habitacionais, resgatando e dando dignidade a cerca de 25 mil pessoas que estavam à beira do rio, à beira do lago, à beira da estrada, à beira do limite extremo da pobreza. Foi uma evolução muito significativa. Nosso desafio é manter suas conquistas e buscar novas alternativas.
Saúde – O momento da Saúde pode não parecer bom, mas avançamos muito. Se analisarmos o que foi feito de 2009 a 2012, há uma queda em relação a hoje. Mas Campos ainda é a cidade que mais investe, per capita, em Saúde no estado. Os dados são do Conselho Federal de Medicina, fruto de avaliação externa: em 2015, Campos ficou em primeiro, com 3,70; Volta Redonda em segundo, com 2,40; Petrópolis em terceiro, com 2,22; e a cidade do Rio de Janeiro em quinto, com 1,58. Nós aplicamos mais de 50% da arrecadação própria em Saúde, quando a Constituição Federal diz que devem ser 15%. Reimplantamos o antigo PSF (Programa Saúde da Família), suspenso pela Justiça Federal em 2008, agora como ESF (Estratégia de Saúde da Família). Oferecemos, além dos exames básicos, os especializados, como ressonância, tomografia, ultrassonografia e cateterismo. Na oncologia, Campos é privilegiada, com suas três Unacons (Serviço de Alta Complexidade em Oncologia), dois aceleradores lineares para radioterapia mais avançada. Oferecemos serviços que só há em Campos, como cirurgia bariátrica e tratamento de infertilidade. Além disso, o município se tornou, a partir da nossa gestão na secretaria de Saúde, uma referência nacional em imunização, com a Prevenar e contra HPV, não só para as meninas, como os meninos. Somos talvez a única cidade do país que faz a complementação da rede contratualizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Em 2016, já pagamos R$ 13 milhões e empenhamos outros R$ 41 milhões com os hospitais. O que houve foi a crise nacional, estadual e municipal, comprometendo muitos serviços que vinham sendo executados. Isso somado à migração de doentes de todo Norte e Noroeste Fluminense, além do Sul do Espírito Santo. Só Macaé segura um pouco. Mas temos a absoluta convicção de que avançamos muito no governo Rosinha, principalmente se compararmos a Saúde de Campos com outros municípios do estado, inclusive a capital.
Oposição – Faz o seu papel de se opor ao governo. Mas se você fizer uma análise de tudo que é dito, são coisas pontuais. Como quando você cita uma escola que está em obra, mas não fala, logicamente, das centenas de escolas que foram construídas ou reformadas; não fala das 26 creches e escolas modelo, todas construídas no governo Rosinha. A oposição afunila a questão no problema específico, que é o seu papel, mas sem a versão universal. Temos problemas, sim, mas cabe à oposição enaltecer o problema. O cenário é mais positivo do que negativo. A oposição vinha apoiada pelos governos Cabral e Pezão (ambos do PMDB). Todos os apoiaram na última eleição a governador, fizeram campanha, foram às ruas e pediram voto. Agora, ficaram órfãos, porque suas lideranças foram engolidas pela situação grave do Estado do Rio. Não há sustentação política à oposição que possa trazer benefício para o futuro.
“Independentes” – São todos políticos com mandato de vereador que estavam na base do governo. Acho que com a evolução dos fatos até a eleição, eles estarão com as opções que forem melhores para o futuro da cidade.

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