segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Aposentado pagará menos uma parcela de empréstimo consignado


Mesmo com menores juros no mercado, especialista alerta para o risco de endividamento, principalmente por ser atrativa e tão baixa

Rio – Aposentados e pensionistas do INSS que pegarem novo empréstimo consignado depois da redução do teto dos juros (de 2,14% ao mês para 2,08%), anunciada na quinta-feira, vão praticamente deixar de pagar uma prestação no fim do contrato. Simulação feita pelo economista do Ibmec e professor da Fundação D. Cabral, Gilberto Braga, a pedido do DIA, mostra, por exemplo, que o segurado que pegou R$5 mil em 72 parcelas, com juros atuais paga mensalmente R$136,78. Com a diminuição, desembolsará, por mês, R$134,56. Na comparação, no término do contrato, deixará de arcar com R$159,59, pouco mais que uma prestação.
Já quem optou por R$ 3 mil, com a taxa de 2,14% em 72 meses, prazo máximo do instituto para quitação, desembolsa hoje R$ 82,07 ao mês e pagará no final R$ 5.908,88. Com taxa de 2,08%, o novo empréstimo fica em R$ 5.813,13 e a parcela cai a R$ 82,07. Deixa de pagar R$80,74, no fim do prazo.
No ano, a queda dos juros foi de 28,9% para 28%. Mesmo sendo um dos menores juros do mercado, o especialista alerta para o risco de endividamento, principalmente por ser atrativa e tão baixa.
“Fazer dívida, mesmo com taxa de juros mais baixa deve ser feita somente no caso da troca da dívida, ou seja, quando o consumidor pega um empréstimo consignado para se livrar de uma conta do cheque especial que está com juros de 317% ao ano, por exemplo”, adverte Braga.
Para o novo teto de juros do INSS entrar em vigor é preciso a publicação de resolução do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS). A medida deve ocorrer até segunda-feira.
Ontem, o Ministério do Planejamento publicou a Portaria 309 que reduz os juros do consignado para servidores federais. A medida baixou de 2,20% para 2,05% ao mês e passa a valer em 15 dias.
Segundo o economista, se um servidor pegar R$ 3 mil com juros de 2,20% para pagar em 72 meses, a mensalidade fica em R$83,41 e no final chegará a R$ 6.005,36. “Já em um contrato novo, a prestação fica em R$80,08, juros de 2,05%. E ao final terá pago R$5.765,53. Ou seja, diferença de R$ 239,83.
Taxa do cartão também caiu
Com a queda na taxa básica (Selic) nos últimos meses, o Conselho de Previdência também aprovou a redução do teto dos juros cobrados em outras operações de crédito para aposentados e pensionistas do INSS. O cartão, por exemplo, teve a taxa diminuída de 3,06% para 3% ao mês.
“Estamos em um ambiente em que a economia está evoluindo e isso permite a redução de juros”, comentou o secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano.

Os novos tetos permitirão acesso ao crédito em condições mais vantajosas, como a migração de dívidas mais caras, como as de cartão de crédito para uma mais barata. Além disso, o colegiado aprovou a redução do limite de contratação na modalidade, que passou de duas vezes para 1,4 vez o valor do benefício mensal. Isso permitirá que a liquidação do empréstimo se dê em 72 meses.
Campos 24 Horas

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